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O Vilarejo - [Sábado de Nacional]


Olá Leitores, tudo bem?

Este sábado confesso-lhes que traria a resenha de Lucíola de José de Alencar, porém, devido a minha mais nova aquisição, resolvi que não podia deixar de comentar sobre O Vilarejo de Raphael Montes.

Sempre tive curiosidade a respeito do livro, ainda mais com todos os comentários que surgiam "Meu Deus, é muito bom, você tem que ler!", ou "Não acredito que você não leu ainda, é o seu tipo de leitura", e isso instigava-me ainda mais, então recentemente o adquiri e sedenta comecei a ler.

Achei super legal a história de como os contos chegaram até ele, para quem não sabe, eles foram escritos por Elfrida Pimminstoffer, em cimério, uma língua morta do ramo botno-úgrico. A senhora de 102 anos havia falecido e sua bisneta vendera seus livros a um amigo de Raphael, junto com os três cadernos escritos a mão que eram o que Raphael transformou em livro.

"O caráter do homem é o seu demônio" - Heráclito

Nunca achei que tal frase faria tanto sentido, mas logo entendi. Dividido em sete capítulos a escritora criou um vilarejo afastado e coberto pelo gelo do inverno de -15°C em tempos de guerra, em algum local que eu presumo pertencer ao leste europeu. Todos os personagens habitam a mesma vila, e cada capítulo é um conto independente podendo ser lido em qualquer ordem, e todos giram em torno dos 7 Pecados Capitais, aos quais deram-se o nome de 7 demônios, Belzebu, Lúcifer, Satan, Leviathan, Asmodeus, Belphegor e Mammon.

Eu, mesmo já tendo escrito vários livros e contos sobre horror, crueldade, sangue e carnificina de forma explicita, fiquei assustada quando li o primeiro conto, Belzebu (Gula), onde retrata que em tempos de guerra o Vilarejo teve sua comida confiscada e a matriarca escondeu o que ainda tinham, para alimentar seus três filhos, preparavam as refeições escondidos, e comiam rápido, escondendo a louça para que ninguém descobrisse e os forçasse a dividir.

Os moradores morriam um a um de fome e frio, o marido da protagonista deste conto havia saído a dias para buscar comida para a família, fazendo-a pensar que ele havia falecido, o que talvez tivesse ocasionado paranoia e desespero tamanho nela, a ponto de fazer atrocidades para sobreviver com a escassa comida e por mais que eu esteja tentada a dar spoilers sobre este conto, apenas direi que ele é chocante.

Ei, não esqueça de comentar!

Se você gosta de histórias de crueldade, horror, violência e carnificina este livro é ideal e simpaticamente ilustrado, mas não esperava nada assim. Confesso que não é algo que eu devorei como os outros, este, apesar das minhas expectativas não fiquei frustrada, apenas chocada. O vilarejo é um compilado de histórias que você jamais em toda a sua existência poderia imaginar sem a ajuda da obra, é algo original e bruto que irá te fazer elaborar diversas conclusões, uma sobre cada conto, deixo-lhes um pequeno trecho do terceiro capítulo.

Se gostou, curta, compartilhe e nos nas redes sociais! <3 Um beijo e até a próxima! o/

"Com força e destreza, Ivan, o ferreiro, neutraliza o perigo: golpeia o negro na cabeça e, com duas cordas ásperas, o amarra nas grades do coreto da praça central. Os velhos interrompem o xadrez para estudar a figura animalesca. Os mais impressionáveis escondem os olhos, as pálpebras tremem na tentação de descortinar uma vez mais a imagem do homem de pele preta."

- O Negro Caolho, Lúcifer (Soberba).

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