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[Sábado de Nacional] - Notívago - Maurício Coelho

O que falar sobre Notívago do autor parceiro Maurício Coelho? Uma obra simplesmente exímio, como jamais li igual. Notívago, de acordo com o prefácio significa ser de hábitos noturnos, muitas vezes associado ao mal e quando o leitor põe os seus olhos sobre os textos da obra nota o quanto ela faz jus ao título.

Maurício Coelho, lhe fará sentir medo, tensão, ficar vários minutos imersos em suspense culto e cercado de tramas extremamente interessantes, fará o dia engolir seu relógio e as horas voarão despercebidas, não há como parar de ler. Todas os casos mirabolantes tratados nestas páginas passam-se no Brasil, os personagens estão em localizações diferentes e não são interligados, o livro retrata tanto situações atuais como o preço inflacionado da gasolina como no conto Estrada, quanto um cenário antigo como em Rei Tântalo. Prepare-se para ler sobre lobisomens, serial killers, espectros, sereias, vampiros, criaturas fantásticas e fruto de lendas populares de uma forma original e inusitada. Usando referências de nomes mundialmente conhecidos quando trata-se de terror como Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft, Maurício tece um terror psicológico na vida dos personagens de um modo sem igual, deixou-me sem palavras.

Dentre todos os contos os que mais gostei foram Estrada, Roxo Sangue, Rei Tântalo, Quem é você? e A Pegada Vermelha, o último para mim, o mais impressionante. Abaixo colocarei alguns trechos marcantes da obra e quero deixar claro que mesmo hoje não sendo dia de "Tag - Eu Recomendo!", Notívago é um livro que estará sempre presente em minhas recomendações.

"Acordei, mas o pesadelo não tinha terminado. Eu estava no banheiro com um corte na minha jugular - essa é a única veia que conheço, pode ser outra -, mas o corte ficava nessa mesma direção. Apertei meu pescoço, senti a minha pele sendo rasgada. Nesse momento tive um déjà vu. [...]"

- Conto: A Pegada Vermelha, Notívago, de Maurício Coelho.

"Eutímio cutucava o esparadrapo sob a luz do carro. Não foi o curativo que o chamou a atenção, mas sim quando bocejou. Apalpou as pressas e achou que elas estavam fortes e maiores. Apenas uma impressão de ótica, pensou. Igual aos vultos. Não somente os caninos haviam mudado, mas também meus olhos. Eram olhos de fera. Deixou o carro na estrada e voltou para a cidade. Havia mudado de ideia."

- Conto: A Estrada, Notívago, de Maurício Coelho.

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